Há dias em que..

... duas semanas em "casa" parecem intermináveis. Em que aquilo que mais desejas é atravessar o Oceano e ficar sozinha rodeada de um paz e sossego extraordinárias. Em que gostavas de abandonar a Ilha e nunca mais voltar, nem sequer olhar para trás.

Sobre os desejos

E é este o meu problema (se é que se pode considerar como tal). Quero muito. Sei o que quero. E quero tanto que chega a ser doloroso. Se dependesse apenas da minha vontade, já teria, pelo menos, os meus próximos cinco anos planeados: licenciatura finalizada. lisboa. pós-graduação e trabalho. mestrado e trabalho.
E entre suspiros vou pensando nestas coisas, não há lugar para Príncipes nem amores. Era isto e apenas isto...

A verdade é que...

Ainda sobre o Natal

Como já se deve ter tornado claro, não gosto do Natal. E isto deve-se, sobretudo, ao cinismo que actualmente está por detrás desta época festiva em vários aspectos.

Em primeiro lugar, é sabido que é no Natal que se promovem n campanhas de solidariedade para com os idosos, as crianças, os pobres, mendigos, os doentes and so on. E o resto do ano? Será que nos restantes 11 meses as pessoas não passam fome, frio, adoecem ou morrem por não terem meios suficientes para garantir a sua subsistência?! É nestas coisas que penso quando me deparo com todo este aparato de 'benevolência' sazonal. Não que eu seja contra este tipo de iniciativas, muito pelo contrário, mas não é justo que os desfavorecidos sejam lembrados apenas em Dezembro.

Em segundo lugar, não posso deixar de ficar incomodada com o impulso consumista que toma conta das pessoas durante esta altura. Bem sei que há toda aquela história do Pai Natal, mas aquilo que está mesmo por detrás do Natal não é o nascimento de Jesus Cristo? Eu nem sou uma pessoa devota de religião, mas fico confusa ao associar-se esta quadra ao acto de dar e receber presentes. Numa altura em que o Orçamento de Estado e a crise são assuntos do dia em Portugal, não fico indiferente ao ver notícias como 'Portugueses movimentam x milhões em transacções bancárias durante o Natal' ou 'Portugueses gastam acima do previsto'. É só de mim ou há aqui alguma incongruência no comportamento de certos indivíduos?

Em terceiro lugar, é no Natal e, por conseguinte, nas vésperas da passagem de ano que todos se lembram de fazer um balanço das suas vidas e fazer inúmeras promessas e elaborar planos e expectativas para o ano que se aproxima. Mais uma vez, é só de mim ou isto, de facto, não faz muito sentido? Porque é que somente nesta altura todos se sentem impelidos a fazerem infindáveis listas de resoluções com coisas que nunca irão cumprir? É que esta que daqui vos escreve é capaz de ter vontade de mudar a sua vida a qualquer altura do ano e não faz projecções apenas por se tratar de um dia simbólico.

Não espero que repentinamente todo o mundo partilhe das minhas opiniões, mas também ninguém espere da minha parte uma súbita mudança de comportamento resultante do 'espírito natalício'.

Eu gosto

dos meus pés. das minhas mãos pequenas. da minha letra. do meu jeito perfeccionista. de gostar de estudar. de saber o que quero. de ser leal a mim e aos meus princípios. de ser anti-social. de aprender. de ouvir conversas inteligentes. da minha 'inocência'.

gosto de ser a C. e apesar de não agradar a muitos, gosto da minha maneira de ser

Sobre o Natal

Contradizendo o espírito natalício que se faz agora sentir pelas ruas, nos centros comerciais e nas pessoas, não gosto do Natal. Nos meus escassos (que vendo bem, já não tão escassos assim) anos de vida não tenho memória de um Natal com muita comida à mesa, presentes debaixo da árvore, cânticos, família toda reunida a contar histórias da sua juventude, risos e abraços e estas coisas que se vêem nos filmes. Por isso é natural que esta seja uma época do ano indiferente, igual a qualquer outra. Contudo, e para seguir a onda de outras bloggers, deixo aqui a minha wishlist dirigida ao Pai Natal ou outra qualquer entidade capaz de atender aos meus (modestos) pedidos:

• Erasmus, sei que não é um pedido vulgar e que é só lá para Setembro do próximo ano, mas é algo que quero muito muito, certo?

(e de preferência em Salamanca, sim? *suspiro*)

• Uma coisinha destas...

• Mais um semestre no curso de Italiano
• Um perfume, não ligo a marcas, pode ser qualquer um, desde que tenha um cheiro agradável
• Umas como estas...

• E mais umas coisinhas que agora já não me lembro, mas que podem ficar para os saldos

E querido Pai Natal, sei que estamos em crise e isto do Orçamento de Estado não abona em nosso favor, mas vê lá e não sejas forreta, que eu mereço estas coisitas :)

Sei que quero mais do que isto, mas não sei por onde ou como começar. Sinto que estou adoptar uma postura passiva e as coisas passam-me ao lado sem dar por elas. Já tentei "mudar a minha vida" e ela está, de facto, diferente, eu estou diferente. Estou mais matura, aprendi com as más escolhas do passado. Sinto-me, no entanto, mas afastada do mundo. É curioso como cada vez tenho menos vontade de lidar com as pessoas, elas são, no geral, idiotas e sinto-me já sem energia para as "aturar" (mas isso já é tema para outro post).

Preciso de um abanão no meu mundo. Tive oportunidade de começar de novo numa nova cidade, de ser outra pessoa, mas optei por me manter igual, por continuar a ser eu própria. Preciso de uma folha em branco e redigir outra história de vida que não esta...

Preciso de uma mudança