sábado, 5 de fevereiro de 2011

Às pessoas que não sabem apreciar o lado "B" da vida

Se há coisa que me irrita profundamente é ouvir os lamentos/queixas daqueles a quem a vida só lhes dá motivos para sorrir. Um dia perco as estribeiras e proponho um jogo, as regras seriam muito simples: cada um daria argumentos para justificar a sua suposta miserável vida. E não quero parecer presunçosa, mas ganhar-vos-ia e assim aprenderiam a ficar calados e dar valor ao (muito) que têm. É que faz-me espécie ver o tipo de pessoas que choramingam da "tristeza" dos seus dias. Analisemos então o perfil destes seres: pessoas que têm uma boa casa, bons carros (sim, porque para mim, alguém que tenha um Mercedes perde a credibilidade para lamentar a sua situação financeira), pessoas que todos os anos vão de férias para o estrangeiro, que não devem empréstimos, pessoas que têm a sua própria empresa ou que são sócios de alguma companhia. Sim, eu conheço pessoas cuja vida é mesmo esta. Por vezes acho que estão a gozar comigo quando os queixumes vêem de indivíduos deste género. É que elas não serão capazes de olhar para além do seu pequeno umbigo? É que, vejamos, há pessoas cuja vida não é, nem nunca foi, um mar de rosas: pessoas que não sabem o que é fazer férias, que dependem da ajuda do Estado para poderem estudar, ou para ir ao supermercado, pessoas que não têm carros de luxo, ou então nem chegam a ter nenhum tipo de carro, pessoas que contam os dias até receberem a bolsa de estudo ou outro tipo de apoio governamental para poderem satisfazer as suas necessidades, pessoas que durante todo o mês levam o dinheiro contado até os últimos cêntimos, pessoas com problemas familiares e judiciais, pessoas cuja casa onde vivem está a dar as últimas, pessoas com problemas de saúde e sem dinheiro para lhes dar o devido tratamento, pessoas que, apesar de jovens, já passaram por tanta coisa. 
Eu não lamento a vida que tenho tido até agora, estaria a mentir se dissesse que não gostaria que esta tivesse sido diferente em alguns aspectos, mas queixar-me aos outros não resolverá nada e dispenso olhares de pena. Não sou uma coitadinha. É verdade que os meus bolsos não transbordam dinheiro e alguns euros a mais me permitiriam comprar alguns momentos de felicidade, mas há coisas mais importantes. Tenho saúde, comida quente ao fim do dia, um tecto e uma cama e vontade de estudar e um dia vir a trabalhar. Não tenho porque impingir os meus problemas aos outros (e agradecia que não o fizessem comigo). Hoje, especialmente, está um bonito dia lá fora, o sol brilha e a vida dá-nos muitos motivos para ser felizes, então vamos agarrar essa possibilidade!

1 comentário:

AnaRitaGomes disse...

obrigada querida :') gosto mesmo quando me dizem que se identificam com os meus textos.
vou-te seguir, beijinhos*