terça-feira, 1 de novembro de 2011

Novembro é o seu mês

(Não conseguir lembrar-me do dia, tê-lo bloqueado da minha memória, faz de mim uma pessoa horrível?)
Há dois anos atrás tinha um dos meus primeiros testes da faculdade e acordara mais cedo para estudar. Ainda não eram 7 horas e o meu telemóvel toca. Era a minha mãe. Estranhei por ela estar a ligar tão cedo. Mas era o meu pai a falar e a abafar um choro disse: "a avó faleceu". Não me recordo já do desenrolar da conversa, mas estava tão petrificada que só pensava que aquilo não podia ser verdade. Perguntei (muito estupidamente) se tinham a certeza, eles deviam estar errados.
Chorei compulsivamente.
Se calhar devia ter apanhado o primeiro avião e ter ido para casa, mas não fui capaz. Não fui ao seu funeral e sei que não seria suficientemente forte para enfrentar aquilo.
Lembro-me muitas vezes da minha avó. Era uma pessoa alegre e vem-me sempre à cabeça a imagem de ela a cantar com os periquitos.
Desde a sua partida muitas coisas aconteceram e fico triste por ela não estar cá, porque sei que ficaria muito feliz pelos recentes acontecimentos. Mais um neto nasceu e outro vem a caminho. Os restantes mais crescidos estão quase adultos e a completarem os estudos.
E gostava que estivesse aqui para ver isto tudo. Porque era uma avó babada e orgulhosa dos seus netos.

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