quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A praxe e as suas (dis)funções

Actualmente o meu espírito académico contrapõe-se ao clima e excitação que se instalou na "minha" cidade durante estes primeiros tempos de recepção aos caloiros. Não sou dada a praxes. Até poderia ser, mas sou incapaz de me comportar do mesmo modo que o fazem alguns doutores.
Quando vou pelas ruas e vejo as figuras (humilhantes) dos recém-universitários, a única coisa que me vem à cabeça é que estes estão a ser confundidos com bobos da corte. Ficar de quatro, por exemplo, não me faz sentir ligada ao curso nem aos meus colegas. Baixar os olhos de cada vez que falo com um doutor (que se considera superior àqueles a quem denomina de bestas), não significa necessariamente respeito. 
Eu até entendo a lógica que está por detrás dito tudo. Tenta-se integrar os novos estudantes, mostrar-lhes como as coisas funcionam, ajudá-los e esclarecê-los quando assim for necessário. Mas a praxe tornou-se, na minha opinião, numa situação para onde convergem grupos de estudantes que se acham o máximo, que retiram prazer ao atirar ordens proferidas em tom militar e onde conseguem o respeito (mesmo que sejam os próprios a impingi-lo) que não encontram em mais nenhum sítio.

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