terça-feira, 7 de junho de 2011

A relatividade dos nossos problemas

Há poucas semanas atrás ia no autocarro com uma colega de turma e enquanto falávamos das banalidades do costume, contou-me que a sua mãe se debatia há já um ano com um cancro da mama. Não sei se ela percebeu, mas eu fiquei paralisada. Em primeiro lugar porque se trata de uma doença terrível, uma das piores que consigo imaginar. E em segundo, porque ela sempre me pareceu sorridente, sempre me pareceu estar feliz. Nesse momento tentei fazer um apanhado das nossas conversas no último ano e fui incapaz de detectar qualquer sinal de que algo tão grave estava a acontecer-lhe a ela e à sua família.
Admirei-lhe a coragem que teve para não fazer transparecer os seus problemas. Porque apesar de a mãe precisar da sua presença constante, do seu apoio e companhia, ela continua a ser a rapariga animada que sempre conheci.
E por momentos invejei-lhe essa força. Porque neste momento, entre as dificuldades financeiras e ter a minha irmã num estado de suspense quanto ao prognóstico de um problema de saúde (que pode vir a precisar de intervenção cirúrgica e de um longo e difícil processo de recuperação), sinto que o mundo desaba sob os meus pés. 
É por isso que irei tentar não ser tão fatalista, tentar ver o lado positivo. Há (deve haver) sempre alguma luz no meio da penumbra :)

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