domingo, 20 de fevereiro de 2011

Isso que chama de amizade


Certa vez disse a uma pessoa que gostaria de manter os meus amigos (daqueles que se contam pelos dedos de uma mão) comigo para sempre. A resposta foi, de imediato, que eu era ingénua e que tal não era possível, que as pessoas vêm e vão, que aqueles meus amigos que eu queria manter deixariam de ser especiais e viriam outros, assim como se de um ciclo se tratasse. Na altura tive pena da pessoa que proferiu tais palavras, "ele não deve saber o significado da amizade" pensei eu. Anos mais tarde, estas palavras que eu recusara acreditar, tornaram-se realidade. Daqueles amigos que eu tanto apreciava, ficou apenas um. Hoje percebo que a vida dá muitas voltas, que dói abrirmos o nosso coração, que as pessoas levam consigo pedacinhos de nós, que as palavras deixam de fazer sentido, que muitos poucos amigos são para sempre, e que grande parte deles são para aumentar a contagem do Facebook
Mas depois há aqueles que ficam, que apesar dos quilómetros de distância continua a haver a telepatia que era tão habitual, que com uns minutos de conversa e de boas palavras fazem ver que afinal há quem permaneça apesar das adversidades e procuram-se alternativas para manter a amizade. Ele é as mensagens pelo Facebook, ele é as mensagens de texto, ele é os e-mails, o Skype, os presentes de aniversário pelo correio e as chamadas. São eles que nos trazem à memória lembranças de momentos felizes. E isto (da amizade) é tão valioso, porque é altamente incerto encontrar pessoas com quem nos identifiquemos e que nos façam sentir bem. É por isso que quando elas se cruzam no nosso caminho não as podemos deixar escapar estupidamente.

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